Nossa Senhora de Guadalupe Imperatriz da América


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Desde criança eu escuto na minha família sobre a devoção a Nossa Senhora de Guadalupe. Nas histórias que tenho na lembrança, todos contavam que Nossa Senhora apareceu para um jovenzinho indígena que foi o responsável por apresentar a Virgem para seu povo.



Fui crescendo e a cada 12 de dezembro lembro com muita devoção que celebrávamos na paróquia o dia dedicado a Nossa Senhora de Guadalupe – padroeira da América Latina, dos povos oprimidos e marginalizados, a ‘Mãe do céu morena’.

O mistério do evento de Guadalupano

Maria, apresenta para Juan Diego que naquele momento encontrava aflito, triste. Maria aparece como um sinal de esperança, de cuidado, de atenção. Juan Diego, muito jovem, receoso, atende o pedido da Mãe e coloca-se a caminho para cumprir o que foi pedido. Percebo nesta atitude dois pontos importantes:

  1. Maria, Nossa Mãe pacientemente apresenta para um jovenzinho e confia a ele o anúncio de sua presença, de seu sinal de esperança, de sua manifestação de cuidado e proteção. Maria assume um lugar de catequista! Ela apresenta alguns aspectos que precisam ser cumpridos.
  2. Juan Diego recebe o pedido da Virgem Maria e coloca-se a caminho, uma atitude missionária de ir ao encontro, de anunciar e romper as barreiras para que se cumpra a solicitação da Mãe. Juan Diego coloca-se no lugar de catequisando! Ele acolhe as orientações e abraça sua missão.

O acontecimento guadalupano fala muito de missão, de entrega, de confiança, de coragem, de simplicidade, de persistência. Contemplar a Mãe do Céu Morena – Nossa Senhora de Guadalupe é sentir que todos estamos sob seu manto.

Penso também em como as rosas convertiram na representação de Maria. Maria oferece a Juan Diego as flores que seriam o sinal de sua presença, de sua aparição. Das flores surge o rosto de Maria, um sinal vivo de que Nossa Senhora comunicava efetivamente com o jovem menino.
O acontecimento diz de algo não palpável, não quantificado, mas acima de tudo de algo que traduz mistério, de sinal, de que ali em Guadalupe Juan Diego foi o instrumento de Deus para confirmar para a humanidade que Maria estava e está ali sempre. Como sempre está em tudo na nossa vida.

A transcendência de Nossa Senhora de Guadalupe

Já adulta tive a oportunidade de participar de algumas atividades no México e sempre o destino para a Basílica de Guadalupe era o primeiro lugar que entrava na minha lista de locais que visitaria naqueles dias no México.

Fico muito impactada como Maria na sua simplicidade e disponibilidade eterna apresenta em locais, em regiões, em momentos, para pessoas simples que assumem o compromisso de reavivar a fé, a devoção, a confiança em Maria como nossa intercessora. Juan Diego, muito criança não desistiu do pedido da Virgem e seguiu firme levando Sua mensagem até que as autoridades da igreja pudessem acreditar na aparição, na manifestação da Virgem Maria naquela localidade.

Que o acontecimento guadalupano siga motivando cada um de nós para não desanimar frente aos desafios que encontramos na vida diária. Que tenhamos sempre a coragem, a fé, a esperança, o recomeçar presente na vida de Juan Diego. Sigamos sempre com muita esperança!


Ada Ferreira. Membro da Academia Latinoamericana de Líderes Católicos e ex-presidente nacional da SSVP no Brasil.